Hoje abri os olhos, por muitas vezes até criar coragem para levantar, seria mais um dia normal: me visto, faço meu lanche e vou para o trabalho, fico lá até as 18h e depois retorno ao lar. Nada de diferente. Meu cabelo não está no seu melhor dia, estou de férias então meu ânimo também não está daqueles mais elevados. Coloco um jeans e uma blusa branca, clichê. Prendo o cabelo. Dou tchau para minha cachorra e me dirijo ao elevador. O espelho está coberto o que me impede de ver o reflexo do cansaço. Mas pera, hoje é terça! Pela lógica não deveria estar tão cansada. Mas estou, sempre estou! Não sigo muito essa tal de lógica. Sai do elevador e me dirigi ao estacionamento. O dia estava radiante, o sol estava lindo, como se quisesse ser visto. Brilhando. Alto. Chamando minha atenção. Não estava quente, havia uma brisa gélida que arrepiou meu corpo. Passado pelos poucos raios iluminados de sol que cuidadosamente invadiam o condomínio, cheguei ao estacionamento e consequentemente ao meu carro. Guardei minha bolsa, liguei motor, esperei o rádio ligar e me dirigi a saída. Mais um dia normal.
Logo na saída do estacionamento, fui inundada por uma claridade forte. Ele realmente queria ser visto. Peguei o portão da saída aberto e comemorei por isso, uma pequena vitória pra quem parece competir consigo mesma nas coisas mais simples, como pegar o portão aberto. E sim, pra mim isso é uma vitória, ter que ficar esperando o portão abrir é um tédio! Mas até nesse tédio pode-se tirar algo bom. Sai tarde de casa, e esqueci meu pen drive. Fiquei ouvindo as notícias do rádio. O silêncio habitava no carro, somente a voz do locutor ecoava.
Na primeira curva decidi que o dia seria diferente, resolvi fazer um caminho diferente do que eu faço todos os dias. Vim observando os carros, as pessoas, suas reações: pressa, tédio. calma, pensativos. Tinha de todo tipo. Fiquei inventando histórias para aquelas pessoas e imaginando para onde será que estavam indo. Se eu não tivesse mudado o caminho não conheceria aquelas pessoas, mesmo que seja por olhar. No rádio começou a tocar Blitz. Comecei a cantar quebrando o silêncio e mudando meus pensamentos. Quando cheguei no semáforo, ele abriu sem eu ter que parar. Uhu mais uma pequena vitória a ser comemorada. A cada congestionamento que se desfazia eu comemorava. Pequenas comemorações mentais!
Vi pessoas, casas, carros diferentes e até aquela paisagem que parecia normal, não estava. Olhei para as coisas com outros olhos. Será que eu estou deixando passar esse pequenos detalhes? Há quanto tempo as cerejeiras estão floridas, porque eu só notei hoje? Comemorei em silêncio mais essa pequena vitória. As árvores estão mais verdes, desde quando? Preciso voltar a analisar esses detalhes. As pessoas precisam parar! Todos estão em um circulo infinito. Vivendo por viver. Deixando os detalhes passar. Hoje cada coisa simples, inútil para alguns, invisível para muitos, foi comemorado em silêncio, mas comemorado. Coisas boas atraem coisas boas. Felicidade atrai felicidade. E uma pessoa feliz abre oportunidades, se preocupa com o que esta te deixando feliz. Comemore as pequenas coisas que acontecem, faça o que você gosta, mude de vida, mude seus hábitos. Viva mais feliz! Viva por você!
"Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas no capturar, só com a nossa permissão." Martha Medeiros
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